A Antena - 2007 - Reliquias em DVDs
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A Antena - 2007

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Uma metrópole dos anos trinta vive sobre o domínio do terrível Sr. TV. Na cidade, todos se comunicam apenas por palavras, exceto uma famosa cantora conhecida como "A Voz", a única pessoa que ainda pode falar. O vilão, porem, pretende agora usar a cantora para roubar as palavras das pessoas, para usá-las como matéria prima de seus produtos que vende por toda a cidade

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CRITICA

La Antena: A Volta do Expressionismo Alemão

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Desde que assisti ao espetacular Ensaio sobre a cegueira do cineasta Fernando Meirelles, baseado na obra máxima de José Saramago, estou por procurar alguma outra película que me deixe tão perplexo quanto este filme.

Quando li a sinopse de La Antena, filme independente do diretor e roteirista Esteban Sapir, tive a certeza de encontrar a dose exata para aquietar a minha sede de “quero mais cinema inteligente”. De fato, esta produção argentina pode ser encaixada no gênero cult e não é algo para qualquer um assistir.

Há pessoas que vão ao cinema apenas em busca de entretenimento. Outras pessoas assistem filmes apenas para se distraírem. Tem um outro grupo que busca uma história inteligente. Alguns tentam encontrar em alguma cenas significados para sua própria existência.

E há aqueles que apreciam cinema de verdade, os chamados cinéfilos: para esta turma, deve haver sincronismo entre fotografia, produção, direção de arte, efeitos sonoros, efeitos visuais, tomadas de câmera, atuações impecáveis, etc. O gosto deste pessoal é apurado, eles podem ser chatos, mas nada escapa aos seus olhos.

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La Antena foi filmado para este público. O filme é totalmente non-sense, diferente de tudo o que você já viu no cinema atual, tanto no enredo como nas cenas. Enquanto eu assistia um outro filme não saia de minha cabeça: Metrópolis.

Mas porque Metrópolis e porque o filme é assim tão diferente? Em primeiro lugar o filme retoma as técnicas de filmagem do tempo do cinema mudo e é fortemente influenciado pelo expressionismo alemão presente em Metrópolis e em outras obras do cinema, como Nosferatu. Isto significa que o filme é em preto-e-branco, os diálogos são transcritos na tela, os cenários são antigos, assim como o figurino, enfim, toda a fórmula do cinema mágico está ali com um único detalhe: La Antena é de 2007.

Sendo assim, o diretor aproveita de alguns novos recursos para dar mais ênfase a mensagem proposta em cada cena. Até mesmo nos letreiros que estabelecem um diálogo deixam isto mais evidente. A mistura do branco com o preto faz coisas incríveis e efeitos que no cinema tradicional corrente não são permitidos.

Mas qual a motivação de um diretor utilizar uma técnica tão antiga para um filme do presente? Conforme a história se desenvolve, entendemos que esta influência do expressionismo alemão é a que caracteriza melhor a história: Em algum lugar no século XX, alguém roubou as vozes das pessoas e elas foram condenadas a viver sem voz. Nestes tempos, a vida das pessoas são orientadas por uma única empresa: a TV. As pessoas se alimentam com a TV, vislumbram o tempo passar em frente a TV, trabalham para manter a TV funcionando e afins.

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O proprietário da TV é um senhor malvado e totalitário. Ele pretende assumir de vez o controle da sociedade com um plano maligno que envolve raptar uma mulher sem face chamada Voz, justamente porque ela é a única neste mundo que consegue falar, porém ninguém consegue ver quem realmente ela é.

Não vou contar o restante da história porque a experiência deve ser individual e eu não irei me intrometer em seus sentimentos. Porém observamos que é uma bela crítica a manipulação das pessoas pelas mídias e do condicionamento frente a televisão. Espero que vocês tenham a oportunidade de assistir este filme e perceberem mais um alerta de quanto o aparente inofensivo quadrado pode influenciar em sua vida e na sociedade a qual você convive.

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