este documentário mostra como uma única molécula mudou a sociedade norte-americana na segunda metade do século 20, alterando o estado de tudo o que tocou: religião, política, arte, medicina, guerra. É uma história que tem sido contada muitas vezes antes, mas “The Substance” é um filme conciso, bem-elaborado, e presidido pelo homem que descobriu os efeitos desconstrutores e cósmicos do LSD por volta em 1943: o químico suíço Albert Hofmann, surpreendentemente lúcido e eloquente aqui, apesar de ter sido entrevistado pouco antes de seu 100 º aniversário. À efeito, este conto caleidoscópico se desenrola todo sob o seu olhar. Ele começa com a primeira e inadvertida viagem de Hofmann (quando ele acidentalmente ingeriu a substância enquanto pesquisava um remédio para a circulação do sangue), e termina analisando o papel das drogas psicodélicas no tratamento de ansiedade e depressão em pacientes com doenças terminais. Ao longo do caminho, testemunhamos seus peculiares efeitos na sociedade, sua revelações eufóricas e sérias alterações. Pesquisadores psiquiátricos dos anos 50, se referiam ao LSD como a maravilha das drogas, antes que experiências bizarras feitas pelas CIA tentassem usá-lo como ferramenta para lavagem cerebral, e o exército norte-americano o testasse como arma potencial para tornar os inimigos “temporariamente insanos”. Inevitavelmente, chegamos a um mix de idealismo e auto promoção sem precedentes, que foi a época de Timothy Leary, e assistimos a reputação da subtância colapsar junto com o movimento hippie em si — à contragosto de Hofmann. Passou muito tempo desde que Haight-Ashbury se tornou apenas mais uma vizinhança nobre, mas os efeitos de um a “bad trip” que aconteceu 40 anos atrás ainda repercutem.