O Ato de Matar - Reliquias em DVDs
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O Ato de Matar

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Neste documentário assustador e criativo, produzido por Errol Morris (The Fog of War) e Werner Herzog (Grizzly Man), os cineastas examinam um país onde os líderes de esquadrões da morte são celebrados como heróis, desafiando-os a reencenar seus massacres da vida real no estilo dos filmes americanos que eles adoram. O resultado alucinante é um delírio cinematográfico, uma viagem inquietante às profundezas da imaginação dos assassinos em massa e do escandaloso e banal regime de corrupção e impunidade em que vivem. Agitando o público nos festivais de Toronto e Telluride Film em 2012, e ganhador um Prêmio do Público no Festival Internacional de Berlim em 2013, “The Act of Killing” é um filme sem precedentes, que, de acordo com o Los Angeles Times, "pode muito bem mudar a forma como você vê o gênero documentário”.

 

 

LEGENDADO

CRITICA

egundo o historiadorEric Hobsbawm(1917-2012), o século XX trouxe consigo uma palavra nova a respeito da história dos conflitos entre seres humanos: o Genocídio, ou o extermínio de genos (raças, em grego). Tamanha barbaridade pôde ser vista na Turquia (eliminação dos armênios), em partes da Europa (eliminação dos judeus), e recentemente em Ruanda (eliminação da etnia Tutsi). No Cambodja, após a Guerra do Vietnã, as mortes em massa também foram destaque. Um caso que desconhecia era a da Indonésia. Entre 1965 e 1966, cerca de 1 milhão de “comunistas” – digo, pessoas ligadas a partidos que não estivessem em sintonia com o grupo militar vigente na época – foram mortos. Para executar o trabalho, pessoas diversas foram contratadas pelo governo. Entre elas, estavam alguns homens fãs de filmes de western e gangsters. Se você pensou que O Ato de Matar (The Act of Killing, 2012) era um longa-documentário contando a história do genocídio pela ótica dos perseguidos, como é habitual em filmes sobre o assunto, então se enganou. O diretor Joshua Oppenheimer, durante um curto período, convenceu alguns dos genocidas, atualmente idosos, a reencenarem os métodos de tortura usados para fazer os comunistas entregarem informações sobre outros dissidentes. Quem lidera as memórias é o ex-“gangster” Anwars Congo. Diferente do imaginável, os assassinos são louvados na Indonésia do século XXI e lembrados como aqueles que sufocaram com energia as ofensivas comunistas no país. Entretanto, Congo, diferente dos colegas torturadores, alega não conseguir dormir nos últimos anos, devido aos “atos de matar” cometidos a quase 50 anos atrás. É o primeiro filme que vejo trabalhando um tema tão dolorido, mas sob a ótica dos promotores da carniceira. Com muita maestria, o diretor não louva em momento algum as ações de Congo e amigos. Melhor: em tom de comédia ou de drama, faz o espectador refletir sobre as muitas investidas desumanas ocorridas ao longo do século XX e solenemente ignoradas por organizações internacionais de ajuda. No melhor momento do documentário, um dos torturadores, indagado pelo diretor, desafia as Convenções de Genebra e outros órgãos judiciais ocidentais, mostrando-se sem um pingo de arrependimento pelos atos e critica a hipocrisia ocidental, criadora de leis e tão desobediente delas quanto indonésios. Por mais doentio que possa parecer, O Ato de Matar é uma oportunidade de ouro para adentramos na mentalidade social de genocidas. Se é seu dever, enquanto cinéfilo, julgar os “atos de matar” deles, isso já é outra história. Torço pela presença do filme no Oscar 2014

Jeniss Walker 

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